História e Fundação do CDS

O CDS-PP foi fundado em 19 de Julho de 1974 por Diogo Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa, Basílio Horta, Victor Sá Machado, Valentim Xavier Pintado entre outros. Este partido tem como inspiração a democracia cristã e é aberto também a conservadores e liberais clássicos. Aquando da fundação do partido, Portugal vivia momentos profundamente conturbados. Três meses antes, a Revolução dos Cravos tinha deposto o regime autoritário liderado pelo Professor Oliveira Salazar e, mais tarde, pelo Professor Marcello Caetano. Porém, a Revolução trouxe também um clima de instabilidade, violência e grandes tensões sociais.

Numa altura em que ser de direita era considerado pela maior parte da população quase como um crime, o CDS declarou-se rigorosamente ao centro, mas já então contava com grande parte da direita portuguesa nas suas fileiras. No dia 13 de Janeiro de 1975, os responsáveis do CDS entregaram no Supremo Tribunal de Justiça a documentação necessária à legalização do partido. O primeiro congresso foi a 25 de Janeiro de 1975 foi nesse Congresso que o cerco por militantes de extrema-esquerda marcou um dos episódios mais chocantes da vida política da Democracia Portuguesa.

Depois de 11 de Março de 1975, o regime que então tentava dominar o País definiu como principais vectores as questões sociais, a intervenção na economia e a tutela militar. O CDS chegou pela primeira vez ao poder em aliança parlamentar com o Partido Socialista. O II Governo Constitucional tomou posse a 23 de Janeiro de 1978, e incluía três ministros do CDS: Rui Pena (Reforma Administrativa), Sá Machado (Negócios Estrangeiros) e Basílio Horta (Comércio e Turismo), além de 5 secretários de Estado. Terminou o seu mandato a 29 de Agosto de 1978. Em 1979 o Partido do CDS propôs a criação de uma frente eleitoral ao Partido Social-Democrata e ao PPM. Essa proposta deu origem à Aliança Democrática, conhecida por AD, que, liderada por Francisco Sá Carneiro (PSD), venceu as eleições legislativas de 1979 e 1980.

Após o trágico acidente de 4 de Dezembro de 1980, perdeu-se Francisco Sá Carneiro (primeiro ministro), Adelino Amaro da Costa (ministro da defesa), entre outros. Assim, o Presidente do CDS, Freitas do Amaral, foi Primeiro-Ministro interino até à nomeação de um novo governo, desta vez, liderado por Francisco Pinto Balsemão.

Após a desintegração da AD, no fim de 1982, e depois da demissão de Freitas do Amaral, o partido procurava novo líder e novas estratégias. No V Congresso do partido, em Fevereiro de 1983, Francisco Lucas Pires saiu vitorioso, concorrendo contra Luís Barbosa. Nas legislativas de 1995, o CDS-PP apresenta uma recuperação eleitoral, Após grande derrota eleitoral nas autárquicas de 2001, o então primeiro-ministro socialista António Guterres apresentou a sua demissão. Era hora para novas eleições.

O CDS integrou governos, sempre em coligação: com o PS de Mário Soares; com o PSD e o PPM, constituindo a Aliança Democrática; e novamente com o PSD após as eleições legislativas de 2002. O Partido é membro da União Internacional Democrata e do Partido Popular Europeu. O CDS-PP tem algumas organizações autónomas que perfilham os seus ideais políticos. Entre elas, a Juventude Popular e a Federação dos Trabalhadores Democratas-Cristãos (FTDC).

Nas eleições legislativas portuguesas de 2005, foram eleitos pelas suas listas 12 deputados. O resultado foi considerado fraco pelo líder do partido, Paulo Portas, que apresentou a sua demissão nesse dia mas que, actualmente, é de novo o presidente. O eleitorado do CDS-PP é profundamente diverso, reunindo o partido um maior peso eleitoral no Norte e no Centro do País e mais reduzido a sul do Rio Tejo.