Santo Agostinho (354-430)

Aurélio Agostinho, originário de Tagaste (actual Argélia) filho de Patrício, um convicto pagão, e de Santa Mónica, uma cristã fervorosa. Esta o iniciou na Igreja Católica onde exerceu docência em Cartago.

Desloca-se da sua cidade natal para iniciar os seus estudos e, ao longo dos mesmos, desloca-se até Cartago.

Até então já tinha estado em contacto com a cultura greco-latina, onde se incluem a literatura, as crenças e práticas pagãs. Mas, em Cartago, toma conhecimento e adere à seita do maniqueísmo. Esta profere que o mundo é governado por duas forças que não se conseguem anular, o Bem e o Mal. Estes são iguais, não têm superioridade porque um não anula o outro. O Mal é a negação do Bem, e estas forças não têm existência autónoma.

Ao longo do seu percurso de vida e carreira, Aurélio Agostinho perde a sua crença no maniqueísmo e inicia a sua total conversão ao Cristianismo, tendo enveredado pelo sacerdócio e sagrado Bispo de Hipónia.

Após a sua conversão, combate as heresias do seu tempo como o maniqueísmo, o arianismo (que tinha saído do maniqueísmo e propagava que não existia natureza Divina), o donatismo e o pelagianismo.

A queda do Império Romano e o saque de Roma pelos bárbaros, que correu em 476, foi um acontecimento importante que o marcou e influenciou nas suas obras e pensamentos. É um autor produto do seu tempo.

As principais fontes de influência do autor são:

Nos seus escritos, dificilmente verificamos conceitos e doutrinas exclusivamente políticos, porque Santo Agostinho não separa a religião e a moral da política. Tal ideia pode ser também verificada nos fundamentos neoplatónicos.

Uma das suas obras mais emblemáticas é a “ De civitae Dei” ou a Cidade de Deus, que é escrita após a queda do Império Romano e tem como função, entre outras, desacreditar quem proferia que o Império tinha ruído graças ao Cristianismo.

Nesta obra, o autor faz uma leitura maniqueísta da bíblia, completando a sua interpretação aplicando as suas teorias.

Identifica a existência de duas cidades, a de deus e a da terra ou do diabo, onde convivem os seres celestes e os seres terrenos, respectivamente. Estas cidades são consideradas como partidos, onde se reúne o grupo de seres que servem a lei divina e os que renegam a lei. O autor interliga-os com a bíblia, como sendo os partidos de Abel e Caim, personagens bíblicas.

Em conclusão, podemos identificar as principais teorias políticas de Santo Agostinho como sendo:


Bibliografia

Lara, António de Sousa (2007) Ciência Política Estudo da Ordem e da Subversão. ISCSP -UTL